Nem só de Orixá vive um Assentamento.
As pessoas hoje em dia confundem muito o que pode ser chamado de assentamento com o que pode ser chamado de firmeza ou ponto de força.
Na verdade a firmeza, ou ponto de força, está no assentamento. Mas o Assentamento propriamente dito leva peculiaridades que vão além de simplesmente colocar alguns objetos num canto determinado e ir lá pra acender umas velas e fazer alguns pedidos.
Agora eu já estou saindo do campo da ritualística do candomblé e já estou entrando no campo das religiões que se firmaram no Brasil. De fato, desde à Umbanda primitiva e xamânica até o Omolocô e hoje em dia as Quimbandas e outras Bandas, religiões afro-indígena-brasileiras possuem formas de assentamento muito parecidas, apesar de existir a possibilidade de ali não serem chamadas de assentamento.
Mas um assentamento é isso. É a ligação entre a pessoa e sua Entidade. Como se fosse um portal que, como um vórtice, alimenta a mediunidade e feitura do filho de santo e conecta-o mais ainda com seus Guias. Claro, os Guias que podem ser assentados.
Não existe essa de dizer que eu vou querer fazer um assentamento porque desejo uma intimidade com meu guia. O Guia vai pedir o assentamento necessário e do jeito necessário para que o portal seja aberto e a ligação seja estabelecida.
O Assentamento é o corpo físico da entidade e o Otá (a pedra) é o coração dela.
Tais entidades possuem características próprias, pessoais, individuais, que representam a si mesmas e não a falange inteira. Cada entidade é uma entidade, por causa do que ela foi quando encarnada. Tais características devem ser honradas. Cultuadas. Respeitadas e apreciadas. E o altar para isso é o assentamento, onde ela será honrada fisicamente.
Você vai colocar ali objetos sagrados para a entidade, o que são chamados de Fetiches. Eles devem ser de ferro ou de barro e não de qualquer outro material. Ferro ou barro. Pode ser os dois, mas é a entidade que pede o material.
Os Fetiches, de ferro ou barro, são carregados de energia pura positiva-negativa, possuem poderes sobrenaturais pela pura composição elemental e agora mais ainda devido a ritualística ali aplicada. O conjunto disso tudo é o corpo físico da entidade (representativamente falando, é claro).
Eles não são feito em quartinhas de barro ou louça, isso é reservado somente à Orixás. Os assentamentos das entidades devem ficar dentro do que pode ser reconhecido como Ventre Materno. São caldeirões de ferro ou vasos grandes de barro. Representando mesmo um útero. A sustentação do assentamento é o esqueleto (ponto da entidade trabalhado a mão em ferro ou barro) ou um boneco que representa o corpo. Todos aqui já devem ter visto o "esqueleto" de ferro que na verdade é um ponto riscado de ferro como na imagem postada ou aqueles bonecos de ferro segurando tridentes e tal. A forma visual disso é magística. Possuindo atributos de demanda, sustentação e proteção. Para firmar o "corpo" no vaso ou caldeirão é colocado argila preta, vermelha, verde ou branca de acordo com a entidade e coberta de terra. Terra essa que pode ser do cemitério, da mata, da praia, etc, de acordo, também, com a entidade.
Ali, enterrada na areia levemente sobressaindo por cima dela, se encontra o Otá. A pedra vem, também, de um reino da natureza e é um tipo específico de pedra que será pedido e determinado pela entidade. Existem lojas que vendem Otás prontas para assentamento. Não tenho nada contra essa prática, defendem ela os que dizem que pode ser qualquer tipo de pedra usada para ser um Otá. Eu não sigo esse tipo de vertente. A minha vertente defende que a Entidade vai escolher a pedra certa. Nada de comprar Otá, ou Okutá, em lojas.
Existe ainda outra pedra no assentamento. A Yanguí. E uma pedra de ferro conhecida como lateria, mas essa é usada para assentamento de Exu (que vem da mitologia de Esù Yanguí). Para assentar um caboclo ela não é necessária, sendo usada outra pedra ou outros tipos de materiais do reino mineral. Mas sempre vai ser necessária a Otá como coração do assentamento, seja em qualquer entidade ou em qualquer Orixá.
Feito isto, outros objetos (sempre determinados pela entidade) são usados para o acabamento do assentamento. São eles que vão propriamente dizer a assinatura da entidade. Estes objetos podem ser cobras secas, cabeça de gado, escorpiões, chifres, cascos de tartaruga, peles, penas, bicos, dentes, búzios, cabaças, arco e flecha, tabaco, ossos, crânios, facas, espadas, palha da costa, sementes, ferraduras, ímãs, moedas, parafusos de trem, pó de ouro, prata, bronze ou cobre, trilhos de trem, navalhas, etc, etc, etc, etc...
Tudo vai depender do princípio individual da entidade somado ao Reino que esta pertence e sua falange. É feito o corte periodicamente para alimentar as forças do assentamento e da ligação da pessoa com seu guia e são oferecidos, também periodicamente, o que a entidade pede ali no assentamento como libação.
A pessoa tem agora o dever e a obrigação de sempre ativar o portal que a conecta à entidade.
É assunto sério e não deve ser banalizado. Hoje em dia se faz muita coisa diferente do que esse texto descreve e se chama de assentamento. Infelizmente isso está se perdendo.
As pessoas hoje em dia confundem muito o que pode ser chamado de assentamento com o que pode ser chamado de firmeza ou ponto de força.
Na verdade a firmeza, ou ponto de força, está no assentamento. Mas o Assentamento propriamente dito leva peculiaridades que vão além de simplesmente colocar alguns objetos num canto determinado e ir lá pra acender umas velas e fazer alguns pedidos.
Agora eu já estou saindo do campo da ritualística do candomblé e já estou entrando no campo das religiões que se firmaram no Brasil. De fato, desde à Umbanda primitiva e xamânica até o Omolocô e hoje em dia as Quimbandas e outras Bandas, religiões afro-indígena-brasileiras possuem formas de assentamento muito parecidas, apesar de existir a possibilidade de ali não serem chamadas de assentamento.
Mas um assentamento é isso. É a ligação entre a pessoa e sua Entidade. Como se fosse um portal que, como um vórtice, alimenta a mediunidade e feitura do filho de santo e conecta-o mais ainda com seus Guias. Claro, os Guias que podem ser assentados.
Não existe essa de dizer que eu vou querer fazer um assentamento porque desejo uma intimidade com meu guia. O Guia vai pedir o assentamento necessário e do jeito necessário para que o portal seja aberto e a ligação seja estabelecida.
O Assentamento é o corpo físico da entidade e o Otá (a pedra) é o coração dela.
Tais entidades possuem características próprias, pessoais, individuais, que representam a si mesmas e não a falange inteira. Cada entidade é uma entidade, por causa do que ela foi quando encarnada. Tais características devem ser honradas. Cultuadas. Respeitadas e apreciadas. E o altar para isso é o assentamento, onde ela será honrada fisicamente.
Você vai colocar ali objetos sagrados para a entidade, o que são chamados de Fetiches. Eles devem ser de ferro ou de barro e não de qualquer outro material. Ferro ou barro. Pode ser os dois, mas é a entidade que pede o material.
Os Fetiches, de ferro ou barro, são carregados de energia pura positiva-negativa, possuem poderes sobrenaturais pela pura composição elemental e agora mais ainda devido a ritualística ali aplicada. O conjunto disso tudo é o corpo físico da entidade (representativamente falando, é claro).
Eles não são feito em quartinhas de barro ou louça, isso é reservado somente à Orixás. Os assentamentos das entidades devem ficar dentro do que pode ser reconhecido como Ventre Materno. São caldeirões de ferro ou vasos grandes de barro. Representando mesmo um útero. A sustentação do assentamento é o esqueleto (ponto da entidade trabalhado a mão em ferro ou barro) ou um boneco que representa o corpo. Todos aqui já devem ter visto o "esqueleto" de ferro que na verdade é um ponto riscado de ferro como na imagem postada ou aqueles bonecos de ferro segurando tridentes e tal. A forma visual disso é magística. Possuindo atributos de demanda, sustentação e proteção. Para firmar o "corpo" no vaso ou caldeirão é colocado argila preta, vermelha, verde ou branca de acordo com a entidade e coberta de terra. Terra essa que pode ser do cemitério, da mata, da praia, etc, de acordo, também, com a entidade.
Ali, enterrada na areia levemente sobressaindo por cima dela, se encontra o Otá. A pedra vem, também, de um reino da natureza e é um tipo específico de pedra que será pedido e determinado pela entidade. Existem lojas que vendem Otás prontas para assentamento. Não tenho nada contra essa prática, defendem ela os que dizem que pode ser qualquer tipo de pedra usada para ser um Otá. Eu não sigo esse tipo de vertente. A minha vertente defende que a Entidade vai escolher a pedra certa. Nada de comprar Otá, ou Okutá, em lojas.
Existe ainda outra pedra no assentamento. A Yanguí. E uma pedra de ferro conhecida como lateria, mas essa é usada para assentamento de Exu (que vem da mitologia de Esù Yanguí). Para assentar um caboclo ela não é necessária, sendo usada outra pedra ou outros tipos de materiais do reino mineral. Mas sempre vai ser necessária a Otá como coração do assentamento, seja em qualquer entidade ou em qualquer Orixá.
Feito isto, outros objetos (sempre determinados pela entidade) são usados para o acabamento do assentamento. São eles que vão propriamente dizer a assinatura da entidade. Estes objetos podem ser cobras secas, cabeça de gado, escorpiões, chifres, cascos de tartaruga, peles, penas, bicos, dentes, búzios, cabaças, arco e flecha, tabaco, ossos, crânios, facas, espadas, palha da costa, sementes, ferraduras, ímãs, moedas, parafusos de trem, pó de ouro, prata, bronze ou cobre, trilhos de trem, navalhas, etc, etc, etc, etc...
Tudo vai depender do princípio individual da entidade somado ao Reino que esta pertence e sua falange. É feito o corte periodicamente para alimentar as forças do assentamento e da ligação da pessoa com seu guia e são oferecidos, também periodicamente, o que a entidade pede ali no assentamento como libação.
A pessoa tem agora o dever e a obrigação de sempre ativar o portal que a conecta à entidade.
É assunto sério e não deve ser banalizado. Hoje em dia se faz muita coisa diferente do que esse texto descreve e se chama de assentamento. Infelizmente isso está se perdendo.
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